terça-feira, 20 de setembro de 2011

COLÉGIO ESTADUAL “DOM ALANO”
ALUNO(A): __________________________9° ANO TURMA: __________
PROFESSORA: Iraides Pinto de Queiroz DATA:__/___/___ VALOR: 4,0

AVALIAÇÃO BIMESTRAL


Debaixo da ponte
Moravam debaixo da ponte. Oficialmente, não é lugar onde se more, porém eles moravam. Ninguém lhes cobrava aluguel, imposto predial, taxa de condomínio: a ponte é de todos, na parte de cima; de ninguém, na parte de baixo. Não pagavam conta de luz e gás, porque luz e gás não consumiam. Não reclamavam contra falta d’água raramente observado por baixo de pontes. Problema de lixo não tinham;
podia ser atirado em qualquer parte, embora não conviesse atirá-lo em parte alguma, se dele vinham muitas vezes o vestuário, o alimento, objetos de casa. Viviam debaixo da ponte, podiam dar esse endereço a amigos, recebê-los, fazê-los desfrutar comodidades internas da ponte.
À tarde surgiu precisamente um amigo que morava nem ele mesmo sabia onde, mas certamente morava: nem só a ponte é lugar de moradia para quem não dispõe de outro rancho. Há bancos confortáveis nos jardins, muito disputados; a calçada, um pouco menos propícia; a cavidade na pedra, o mato. Até o ar é uma casa, se soubermos habitá-lo principalmente o ar da rua. O que morava não se sabe onde vinha visitar os de debaixo da ponte e trazer-lhes uma grande posta de carne.
Nem todos os dias se pega uma posta de carne. Não basta procurá-la; é preciso que ela exista, o que costuma acontecer dentro de certas limitações de
espaço e de lei. Aquela vinha até eles, debaixo da ponte, e não estavam sonhando, sentiam a presença física da posta, o amigo rindo diante deles, a posta bem pegável, comível. Fora encontrada no vazadouro, supermercado para quem sabe frequentá-lo
e aqueles três o sabiam, de longa e olfativa ciência.
Comê-la crua ou sem tempero não teria o mesmo gosto. Um de debaixo da ponte saiu à caça de sal. E havia sal jogado a um canto de rua, dentro da lata. Também o sal existe sob determinadas regras, mas pode tornar-se acessível conforme as circunstâncias. E a lata foi trazida para debaixo da ponte.
Debaixo da ponte os três prepararam a comida. Debaixo da ponte a comeram. Não sendo uma ração diária, cada um saboreava duas vezes: a carne e a sensação de raridade da carne. E iriam aproveitar o resto do dia dormindo (pois não há coisa melhor, depois de um prazer complementar do esquecimento), quando começaram a sentir dores.
Dores que foram aumentando, mas podiam ser atribuídas ao espanto de alguma parte do organismo de cada um, vendo-se alimentado sem que lhe houvesse chegado notícia prévia de alimento. Dois morreram logo, o terceiro agoniza no hospital. Dizem uns que morreram da carne, dizem outras que do sal, pois era soda cáustica. Há duas vagas debaixo da ponte.

(Carlos Drummond de Andrade. A bolsa e a vida. In
“Obra completa”, Editora Nova Aguilar, p. 1599.)
Leia o texto para responder as questões 1 a 3.
1) “À tarde surgiu precisamente um amigo que morava nem ele mesmo sabia onde.” A expressão sublinhada indica um local:
( ) de fácil acesso.
( ) não definido.
( ) conhecido pelos três.
( ) previamente escolhido pelo amigo.
( ) aprazível.


2-“cada um saboreava duas vezes: a carne e a sensação de raridade da carne.”. Justifique essa expressão.
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3- Justifique a concordância do verbo consumir na frase abaixo retirada do texto “Debaixo da ponte”: “Não pagavam conta de luz e gás, porque luz e gás não consumiam.” Ou seja, por que o verbo “consumir” está no plural e não no singular?
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4- Assinale a frase em que o narrador determina o número de personagens do texto:
( ) “Moravam debaixo da ponte.”
( ) “À tarde surgiu precisamente um amigo”
( ) “Aquela vinha até eles”
( ) “Debaixo da ponte os três prepararam a comida.”
( ) “Debaixo da ponte a comeram.”


5- Leia:

I_ É PROIBIDO A PERMANÊNCIA DE PESSOAS ESTRANHAS.
II-É PROIBIDO ANIMAIS NO PRÉDIO.
III-É PROIBIDA A CIRCULAÇÃO NOS CORREDORES.
De acordo com a concordância nominal, um dos itens está escrito de modo inadequado. Marque um X indicando qual delas está grafada de forma incoerente.
6-A regra que justifica sua resposta na questão anterior é:

a) É bom, é necessário, é proibido - Essas expressões não variam se o sujeito não vier precedido de artigo ou outro determinante.

b) O artigo, o adjetivo, o numeral e o pronome, concordam em gênero e número com o substantivo.

c) Concordam com o substantivo a que se referem.

d) Essas expressões não variam.

7- Escreva V para o que for verdadeiro e F para o que for falso quanto à concordância verbal:
( ) O beijo, o suspiro, tudo se tornou motivo de enlevo para o par.
( ) Haverão sempre amuos entre namorados.
( ) Encontra-se pares enamorados no salão de danças.
( ) O casal, no jardim da mansão, trocavam palavras cálidas e mimosas.
( ) Bastava um gesto, um ímpeto, para que ela me perdoasse.


8- Segundo a regra de concordância nominal “Quando o adjetivo vier posposto a dois ou mais substantivos de gêneros diferentes, também há duas possibilidades de concordância: O adjetivo vai para o masculino plural ou concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo.“ Marque a alternativa que está coerente com a regra citada acima:

a) Ele apresentou argumento e razão justos.
b) Ele apresentou argumento e razão justa.
c) Ele apresentou razão e argumento justo.
d) Todas as alternativas estão corretas.

9- Fazendo a concordância verbal adequada , qual opção preenche a lacuna corretamente.

Catarina, eu e teus primos _________________ ao cinema.
a) ireis
b) irão
c) iremos
d) irás

10- Leia :

Para os pesquisadores, as toninhas ( tipo de golfinho), o boto , as baleias-francas e jubartes, tudo se torna motivo de pesquisa.
Quando o sujeito composto vem resumido pelo pronome indefinido tudo o verbo________.

a) fica no singular.
b) vai para o plural.
c) concorda com o termo ao qual se refere.
d) concorda com o termo antecedente.

Um comentário:

  1. Gostei dessa avaliação. Gostaria de saber qual é o gabarito. É possível?

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